João Roma, ex-ministro da Cidadania e presidente estadual do PL, criticou a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode solicitar o impeachment de ministros da Corte. Roma qualificou a decisão como um "ataque direto à democracia brasileira", afirmando que a medida implica uma "blindagem institucional sem precedentes".
O dirigente baiano argumentou que tal decisão coloca o STF "acima da lei, da Constituição e da vontade popular", prejudicando o controle social e parlamentar sobre o Judiciário. Ele destacou que a decisão não pode ser vista apenas como uma interpretação jurídica, mas sim como um "golpe branco" que inibe o Congresso Nacional e a sociedade civil de responsabilizar membros da Corte.
Roma enfatizou que a Constituição e a lei de impeachment de 1950 sempre permitiram que qualquer cidadão apresentasse denúncias sobre atos de improbidade ou crime de responsabilidade. Ele alertou que a nova interpretação limita esse direito, concentrando o poder de ação apenas nas mãos da PGR.
A crítica de Roma foi acompanhada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que também se manifestou contrariamente à decisão de Mendes. Alcolumbre relatou ter recebido diversas mensagens de parlamentares indignados com a restrição imposta pelo ministro do STF, que consideram uma tentativa de usurpar a atuação do Poder Legislativo.
A decisão do STF ainda aguardava referendo pelos demais ministros, com previsão de discussão em plenário virtual entre 12 e 19 de dezembro. A nova medida de Gilmar retirou a capacidade de cidadãos e parlamentares de pressionar o STF, impondo novos requisitos para a abertura de processos de impeachment.

