No mesmo despacho que determinou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, na manhã deste sábado, 22, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cancelou todas as visitas autorizadas ao ex-mandatário até 11 de dezembro. A decisão, fruto de preocupações sobre tentativas de fuga, torna Bolsonaro isolado, permitindo apenas a visita de seus advogados e profissionais de saúde.
Entre as visitas anteriormente agendadas estava a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, programada para o dia 10 de dezembro. Na véspera, Bolsonaro havia solicitado ao STF autorização para se encontrar com outras 16 pessoas, incluindo parlamentares e líderes religiosos, sendo que algumas dessas solicitações já haviam sido negadas anteriormente.
A prisão preventiva do ex-presidente, que ocorreu na manhã deste sábado, foi motivada pela indicação de risco de fuga. Moraes citou uma tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica por Bolsonaro e a vigília organizada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, como fatores que justificaram a medida.
O ex-presidente, preso preventivamente, não tem relação com a pena de 27 anos e 3 meses já definida por tentativa de golpe de Estado, cuja execução ainda não começou. O cenário atual, segundo Moraes, apresenta alta probabilidade de uma tentativa de fuga, o que levou à adoção de medidas rigorosas.
Na mesma manhã, viaturas da Polícia Federal foram vistas no condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, e ele foi levado à Superintendência da Polícia Federal, onde deverá passar por audiência de custódia ao meio-dia deste domingo, 23. O ministro Moraes também solicitou à Primeira Turma do STF que referende a prisão preventiva em sessão virtual agendada para segunda-feira, 24, entre 8h e 20h.

