A Rede Globo teve seu pedido negado pela Justiça para entrevistar Márcio dos Santos Nepomuceno, mais conhecido como Marcinho VP. Ele é uma figura histórica do crime organizado no Rio de Janeiro, apontado como líder do Comando Vermelho na década de 1990, e também é pai do cantor Oruam. A decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região mantém o traficante, que está preso em uma unidade federal, longe dos microfones da emissora.
A Globo pretendia incluir a entrevista com Marcinho VP na sua série documental chamada 'Territórios'. Essa produção explora as complexas disputas de poder e espaço entre as facções criminosas e as milícias que atuam no Rio de Janeiro, um tema de grande interesse para entender a dinâmica da segurança pública na capital fluminense e seus arredores.
Decisão judicial prioriza segurança na prisão
A emissora tentou o contato com Marcinho VP e, após a primeira negativa judicial, recorreu da decisão. Contudo, o resultado foi o mesmo: o veto foi mantido. O desembargador Hélio Nogueira, responsável pelo caso, explicou que a presença da equipe de reportagem dentro do presídio poderia representar riscos tanto para a segurança de Marcinho VP quanto para o funcionamento e a estrutura do local.
“Os provimentos judiciais apresentam-se fundamentados em ponderação entre a liberdade de imprensa e a proteção do entrevistado e da estrutura prisional”, afirmou o desembargador ao justificar a sua decisão, destacando o equilíbrio entre o direito à informação e a necessidade de preservar a ordem e a segurança no ambiente carcerário.
Não é a primeira vez que a Justiça impede uma entrevista com Marcinho VP. Recentemente, a Record também teve seu pedido barrado. Curiosamente, a emissora do bispo Edir Macedo havia conseguido entrevistar Oruam, o filho de Marcinho, o que tornou o interesse por ouvir o pai ainda maior para outras produções jornalísticas.
A série 'Territórios' continuará sua investigação sobre o cenário do crime organizado, mas sem a voz de um dos seus líderes mais emblemáticos das últimas décadas, em respeito às decisões que priorizam a segurança e a estabilidade das instituições prisionais federais.