O escândalo envolvendo o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master, que ganhou destaque nas últimas semanas, pode estar relacionado ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em decorrência da troca nas operações financeiras ocorrida em 2021. Conforme apurado pela coluna O Carrasco, do jornal A TARDE, irregularidades na gestão financeira pelo TJ-BA levantam suspeitas sobre a atuação do BRB em meio a um possível esquema de fraudes, que está sob investigação.
O Pregão Presencial n°001/2021, publicado pelo TJ-BA, visava a contratação de uma instituição financeira para gerenciar os depósitos judiciais e administrativos. Até então, o Banco do Brasil exercia essa função, mas o contrato com o BRB trouxe novos desafios e levantou questionamentos sobre a transparência das operações financeiras do tribunal.
Dados levantados pelo jornal Estadão apontam que servidores do TJ-BA, incluindo desembargadores e juízes, tinham permissões para realizar empréstimos consignados no Banco Master. Essa autorização para desconto em folha salarial dos funcionários do Judiciário pode ter criado um elo preocupante entre o tribunal e as instituições financeiras envolvidas na investigação.
A operação Compliance Zero, que procura desmantelar um suposto esquema de fraudes, ganhou novos contornos com a recente prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, em Guarulhos. Ele é suspeito de planejar uma fuga para a Europa e agora enfrenta as consequências legais de suas ações.
O cenário se complica ainda mais para o BRB, que, após ter um presidente e um diretor afastados judicialmente, se vê novamente sob os holofotes. Segundo procuradores, a atuação da instituição estaria voltada para encobrir crimes graves contra o sistema financeiro nacional e o patrimônio público do Distrito Federal. A coluna O Carrasco já havia alertado sobre a persistência de irregularidades ligadas ao BRB e seu vínculo com o TJ-BA.
Com as investigações em andamento e a pressão crescente sobre as instituições financeiras, resta saber se o BRB conseguirá continuar suas operações no estado da Bahia sem enfrentar cobranças sobre as suas relações com o tribunal e o Banco Master.

