Política

COP30 em Belém destaca divisões entre países ricos e pobres nas negociações climáticas

A COP30 em Belém, até 21 de novembro, ilustra divisões nas negociações climáticas, com ênfase em justiça financeira para países em desenvolvimento.
Por Redação
COP30 em Belém destaca divisões entre países ricos e pobres nas negociações climáticas

COP30 chega ao momento decisivo entre ambição climática e desigualdade histórica -

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A 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no Pará, tem revelado um racha significativo nas negociações climáticas globais. Até o próximo dia 21, representantes de países em desenvolvimento estão pressionando por justiça climática, enquanto nações desenvolvidas estabelecem regras rigorosas para financiamento e transição energética. A situação destaca a necessidade urgente de um equilíbrio entre as demandas por equidade e os compromissos financeiros globais.

A União Europeia (UE) tem assumido uma postura crítica, enfatizando a importância da continuidade do Acordo de Paris e propondo mecanismos que garantam que a ambição climática global não diminua. A UE reafirmou seu compromisso com o Novo Objetivo Coletivo Quantificado de Financiamento Climático (NCQG) e a necessidade de uma rastreabilidade clara dos fluxos financeiros, conforme estipulado no Artigo 2.1c do Acordo.

Os Estados Unidos, embora menos ativos nesta fase inicial, continuam a ser mencionados como essenciais para aumentar a oferta de financiamento climático, principalmente no que diz respeito às metas para a mobilização de US$ 1,3 trilhão anuais até 2030. A participação do Reino Unido também reflete esse alinhamento, ao se opor à utilização de plataformas digitais para gerenciamento de esforços de mitigação, defendendo uma abordagem prática.

Entre os países em desenvolvimento, a ênfase é na equidade. A Coalizão das Nações Menos Desenvolvidas (LDCs) e o Grupo Africano exigem que os novos fluxos de financiamento sejam “novos, adicionais e previsíveis”, além de garantirem que os recursos cheguem diretamente às comunidades vulneráveis, evitando a burocracia excessiva.

Na discussão sobre adaptação, os pequenos Estados insulares (AOSIS) continuam a pressionar por medidas concretas, ressaltando a urgência da ação frente às consequências irreversíveis das mudanças climáticas que já afetam suas realidades. O G77+China reafirma que a ambição global deve respeitar o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”.

A COP30, portanto, emerge como um espaço de intensa pressão e expectativas, onde as diferenças estruturais entre os países se tornam cada vez mais evidentes. As disposições financeiras e a capacidade de adaptação são questões centrais, destacando a necessidade de ação decisiva antes que o tempo para negociação se esgote.