No discurso proferido durante a COP30, realizada em Belém, no Pará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou a importância de “impor nova derrota aos negacionistas” do clima. O presidente declarou que esta conferência será marcada como “a COP da verdade” e ressaltou a necessidade de uma ação global contra o negacionismo climático, especialmente diante dos efeitos visíveis e alarmantes do aquecimento global.
Lula alertou que as mudanças climáticas não são mais uma preocupação distante, mas sim uma realidade marcante. "A mudança do clima já não é uma ameaça do futuro. É uma tragédia do presente", afirmou, acrescentando que eventos extremos como o furacão Melissa no Caribe e um recente tornado no Paraná deixaram um rastro significativo de destruição.
Em sua fala, o presidente citou a intensificação de fenômenos climáticos em todo o mundo, que vão desde secas e incêndios na África e na Europa até inundações na América do Sul e no Sudeste Asiático, impactando principalmente as comunidades mais vulneráveis.
“Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo”, disse Lula.
O presidente destacou também o papel crucial do Acordo de Paris para evitar um cenário apocalíptico de aquecimento global, embora tenha advertido que o ritmo da implementação das metas climáticas é insuficiente. "No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a um grau e meio na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr", comentou.
Lula concluiu lembrando que a Cúpula de Belém representa uma importante etapa no diálogo entre o Brasil e a comunidade internacional, integrando as agendas do G20 e do BRICS. O presidente mencionou que o Chamado à Ação, que surgiu desse encontro, reúne os compromissos que o Brasil levará para os debates na COP e além dela.

