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A crise de memória eleva preços de celulares globalmente em 2026

A crise de memória provocada pela alta demanda por IA faz aumentar os preços dos celulares globalmente, afetando o Brasil em 2026.
Por Redação
A crise de memória eleva preços de celulares globalmente em 2026

Celulares podem ficar mais caros em 2026 -

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O aumento nos preços dos celulares, previsto para 2026, é consequência de uma crise de memória provocada pela alta demanda por componentes que suportam projetos de inteligência artificial (IA). Essa situação deve impactar consumidores em todo o mundo, incluindo o Brasil, onde marcas como Samsung, Xiaomi e Motorola já enfrentam dificuldades de adaptação.

A pressão no setor é evidenciada pela competição entre fabricantes de eletrônicos de consumo e grandes empresas de tecnologia que operam data centers. Gigantes como Nvidia, OpenAI, Google, Meta, Amazon e Microsoft estão adquirindo memória em volumes significativos, aceitando pagar preços muito mais altos do que os praticados no mercado de smartphones.

Esse redirecionamento de recursos provocou uma explosão nos preços de memória. Consultorias de mercado estimam que, ao longo de 2025, os preços da DRAM já aumentaram entre 70% e 80%. Segundo o jornal “DigiTimes”, em apenas um mês, os valores dos contratos de fornecimento de DRAM e NAND subiram entre 80% e 100%, enquanto os preços dos chips DDR5 tiveram aumentos surpreendentes, chegando a ser quatro vezes superiores aos de início de ano.

O cenário é considerado estrutural, uma vez que a demanda por memórias de alto desempenho, como as HBMs essenciais para aceleradores de IA, está absorvendo até três vezes mais recursos de silício do que a DRAM tradicional. Além disso, acordo entre a Samsung e SK Hynix pode ter comprometido cerca de 40% da produção mundial desse tipo de memória devido à construção da Stargate, uma mega estrutura de data centers de IA.

Com smartphones cada vez mais exigentes em termos de memória, impulsionados por inovações em IA e planos de atualização para os próximos sete anos em modelos premium de Android, as fabricantes necessitam incluir mais RAM em seus dispositivos. O jornal “The Verge” reportou que apenas 12 GB de memória em um modelo topo de linha da Samsung já custam cerca de US$ 40 a mais do que no ano anterior, um aumento que inevitavelmente será repassado ao consumidor.

Os efeitos dos reajustes já são percebidos em outras categorias de produtos. Empresas como Dell, Lenovo e HP anunciaram que precisarão aumentar os preços de seus notebooks entre 15% e 20% em 2026. No mercado de smartphones, a consultoria IDC prevê uma queda nas vendas devido aos preços elevados, e a Xiaomi alertou os consumidores de que seus aparelhos ficarão "consideravelmente mais caros" no próximo ano.