A Polícia Federal conseguiu desarticular um complexo esquema de tráfico internacional de drogas que operava dentro do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A organização criminosa usava um método bastante incomum para movimentar a cocaína: lixeiras com fundos falsos, instaladas em áreas de acesso restrito, como as salas VIP do terminal. O destino final da droga era a Europa.
Como o esquema funcionava
O que mais chamou a atenção dos investigadores foi a inteligência por trás do plano. As lixeiras já chegavam ao aeroporto modificadas, com compartimentos escondidos feitos sob medida para guardar a droga. Como estavam em locais de circulação controlada, esses equipamentos passavam pelas checagens de segurança sem levantar nenhuma suspeita. Era uma forma de "camuflar" o transporte da cocaína de maneira discreta e eficaz.
Dentro das áreas seguras, funcionários terceirizados, responsáveis pela limpeza, tinham a função de pegar os entorpecentes escondidos nas lixeiras adulteradas. Depois de retirar a droga, eles a guardavam em armários pessoais, esperando o momento certo para repassar o material para os passageiros. Esses passageiros, conhecidos no mundo do crime como “mulas”, eram os responsáveis por levar a cocaína para fora do país.
As imagens analisadas pela PF mostraram também como esses encontros aconteciam de forma estratégica. Muitas das trocas eram feitas em locais de grande movimento, como banheiros do aeroporto, sempre de maneira discreta para não levantar suspeitas ou chamar a atenção da fiscalização. Tudo era pensado para parecer uma rotina normal.
A Descoberta do Esquema
A descoberta desse esquema começou por acaso, ou melhor, por uma prisão feita em outro continente. Uma passageira portuguesa foi flagrada com 18 quilos de cocaína logo ao desembarcar em Lisboa, Portugal. Esse fato acendeu o alerta da Polícia Federal aqui no Brasil e deu início às investigações.
A Investigação da PF
A partir da prisão em Lisboa, os agentes começaram um trabalho minucioso de análise de imagens das câmeras de segurança do aeroporto de Guarulhos. Foi nesse ponto que eles conseguiram identificar a ação dos funcionários terceirizados, que tinham livre acesso a todas as áreas, inclusive as mais restritas do terminal. Eles eram peças-chave na engrenagem criminosa.
Os Resultados da Operação
Em uma operação recente, a Polícia Federal conseguiu desferir um duro golpe contra esse grupo criminoso. Durante a ação, foram apreendidos cerca de 40 quilos de cocaína. Dez funcionários envolvidos no esquema foram identificados, e seis deles acabaram sendo presos pelas autoridades.
As investigações, porém, ainda não terminaram. A Polícia Federal continua trabalhando para descobrir quem era o responsável por introduzir as lixeiras já adulteradas dentro do aeroporto, sem que elas fossem detectadas pelos sistemas de segurança. O objetivo é desvendar toda a cadeia desse crime organizado e prender todos os envolvidos.

