O jovem Mateus Araújo, de 21 anos, retornou para casa no último dia 7, após passar 24 dias internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, Bahia. Ele foi alvejado por policiais em Dias d´Ávila, na Região Metropolitana, enquanto pilotava a moto de trabalho e voltava para casa no dia 14 de outubro. O tiro de fuzil resultou na amputação de sua perna esquerda, além de uma ferida no abdome provocada por uma pistola.
De acordo com informações do médico que o atendeu, a amputação poderia ter sido evitada se o atendimento médico tivesse sido mais rápido. “Se não demorasse tanto tinha como recuperar”, teria afirmado o profissional, segundo Mateus, que concedeu uma entrevista à rádio Serrana FM. Ele foi acompanhado por sua advogada, Suelen Gomes, seu tio Luiz e sua mãe, Valdilene, que revelou que o filho apresentou dificuldades para dormir e se assusta com sirenes e a presença de policiais.
As versões sobre o ocorrido divergem. A Polícia Militar afirmou que Mateus estava atirando para o alto, causando pânico nas redondezas do cemitério municipal, e que teria disparado contra os policiais, motivando a resposta armada. Entretanto, Mateus relatou que havia outras pessoas disparando na área e que ele caiu da moto após passar por um buraco.
O entregador acusou os policiais de terem disparado enquanto ele estava no chão, primeiro com o fuzil e, em seguida, com a pistola. Após o incidente, Mateus foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Dias d´Ávila e, devido à gravidade dos ferimentos, foi transferido para o HGE. O inquérito que investiga o caso ainda não foi concluído.

