Frederick Wassef, conhecido por ter sido advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi condenado nesta quarta-feira, dia 17, a 1 ano e 9 meses de prisão em regime aberto. O motivo da condenação foi a prática de injúria racial contra uma atendente de pizzaria em Brasília, no Distrito Federal.
O caso que levou Wassef ao banco dos réus aconteceu em novembro de 2020. Na ocasião, após terminar sua refeição, o advogado teria se dirigido ao caixa e reclamado da qualidade da pizza, dizendo que estava "uma merda". A funcionária, então, informou que ele era o único a ter feito tal reclamação.
Detalhes da Denúncia e as Palavras Ofensivas
Foi nesse momento que as ofensas racistas ocorreram. Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT), Wassef retrucou a atendente com termos extremamente preconceituosos. A denúncia detalha as falas dele:
“Você é uma macaca, você come o que te derem.”
Após a denúncia do MPDFT, Wassef se tornou réu no processo em 2022. Ele, por sua vez, negou veementemente as acusações, afirmando que nunca foi racista com a funcionária.
A Decisão da Justiça
O juiz Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, foi quem proferiu a sentença. Em sua análise, o magistrado entendeu que o insulto proferido por Wassef feriu profundamente a dignidade da atendente. Ele destacou o peso das palavras usadas:
“A expressão macaca, tão bem retratada na prova oral, carrega intenso desprezo e escárnio. A palavra proferida é suficiente para retratar a intenção lesiva.”
A condenação inicial de 1 ano e 9 meses de detenção em regime aberto foi convertida em penas alternativas. Além disso, Frederick Wassef terá que pagar R$ 6 mil como indenização por danos morais à vítima.
É importante saber que, embora a sentença tenha sido proferida, a defesa do ex-advogado de Bolsonaro ainda tem a possibilidade de recorrer da decisão judicial.
Casos como este reforçam a importância da legislação brasileira no combate ao racismo e à injúria racial, que são crimes inafiançáveis e imprescritíveis. A decisão da justiça em Brasília serve como um lembrete de que a dignidade humana deve ser respeitada, e ofensas motivadas por preconceito não são toleradas, buscando coibir atitudes que humilham e desvalorizam o próximo.

