A revista britânica de saúde, “The British Medical Journal”, divulgou na última segunda-feira, 10, uma análise abrangente questionando a relação entre o uso de paracetamol durante a gravidez e o aumento do risco de autismo ou TDAH em crianças. O estudo, que reúne dados de nove revisões sistemáticas e mais de 40 pesquisas observacionais, demonstrou que não há evidências confiáveis para sustentar essa hipótese.
Os pesquisadores enfatizaram que muitos dos estudos anteriores não consideraram fatores relevantes, como predisposição genética e ambiente familiar, o que pode distorcer os resultados. Quando esses aspectos foram levados em conta, especialmente em estudos que analisaram irmãos, o suposto vínculo entre o paracetamol e os transtornos do desenvolvimento praticamente se tornou insignificante.
De acordo com os especialistas, o paracetamol, um medicamento amplamente utilizado por gestantes para dor e febre, não é necessariamente responsável por alterações no desenvolvimento neurológico das crianças. Eles sugerem que outras condições, como infecções durante a gestação, podem estar mais diretamente ligadas a possíveis comprometimentos cognitivos.
Embora o paracetamol continue a ser considerado uma das opções mais seguras para gestantes, sua administração deve ser feita com cautela. A orientação dos médicos é que o uso do medicamento ocorra apenas quando estritamente necessário, na menor dose eficaz e pelo menor tempo possível. A automedicação é desaconselhada, e o acompanhamento médico é fundamental para garantir a segurança tanto da mãe quanto do bebê durante a gravidez.

