Às vésperas do verão, a escolha do ar-condicionado torna-se uma decisão crucial para quem está reformando ou montando a casa. Especialistas destacam que selecionar o modelo ideal envolve três fatores principais: cálculo correto da potência (BTU), análise das características do ambiente e conhecimento sobre os tipos de aparelhos disponíveis no mercado.
A sigla BTU, que significa British Thermal Unit, indica a capacidade de resfriamento do equipamento. A designer de interiores Cecília Macedo menciona que a regra geral é considerar de 600 a 800 BTUs por metro quadrado, mas ressalta que esse cálculo deve levar em conta outros aspectos. “É importante considerar o tamanho do ambiente e a quantidade de luz natural nele. A luz solar direta aquece o espaço e pode exigir maior potência”, afirmou.
Outro fator a ser considerado é a umidade, já que em regiões com alta umidade, o ar-condicionado precisa trabalhar mais para desumidificar o ar enquanto resfria. A quantidade de pessoas no ambiente também interfere: “As pessoas geram calor, então cômodos muito movimentados exigem mais resfriamento”, explicou Macedo.
O modelo split é o mais utilizado nas residências e é preferido pelos consumidores devido ao seu custo-benefício e funcionamento silencioso. Porém, o custo inicial é superior ao do modelo de janela. Fábio Heider, sócio da FTZ Climatização, recomenda o split inverter de 12 mil BTUs, que, apesar de custar entre R$ 3.600 e R$ 4.000, consome até 50% menos energia que os modelos convencionais.
Heider lembrou ainda que muitos consumidores aproveitam o 13º salário ou promoções de final de ano para adquirir novos aparelhos. Para aqueles em busca de soluções mais discretas, o ar-condicionado cassete, instalado no teto, é uma opção que se adapta a diferentes ambientes, embora sua instalação possa limitar o uso em alguns tipos de residências.
Para imóveis maiores, o ar-condicionado dutado é uma solução eficiente, climatizando vários cômodos sem partes visíveis. No entanto, o investimento necessário pode variar de R$ 5 mil a mais de R$ 20 mil. A designer Cecília Macedo destaca que a frequência de limpeza é fundamental para o bom funcionamento do aparelho, recomendando pelo menos três limpezas anuais, especialmente em áreas litorâneas.
A instalação deve ser realizada por técnicos credenciados para manter a garantia do produto, embora isso possa encarecer o total. O advogado Iratan Vilas Boas ressaltou que consumidores não podem ser obrigados a contratar um prestador específico, uma prática considerada abusiva. O correto é que a instalação inadequada só comprometa a garantia se causar danos diretos ao aparelho.

