A empresa árabe Acelen Renováveis anunciou um investimento de US$ 3 bilhões em biocombustíveis no Brasil. O projeto, que inclui a construção de uma biorrefinaria na Bahia e um centro agroindustrial de inovação tecnológica em Montes Claros, em Minas Gerais, tem como objetivo a produção de cerca de 1 bilhão de litros anuais de combustíveis renováveis até 2027.
A Acelen é crucial para que o Brasil atinja sua meta de redução das emissões de carbono em voos domésticos. Até 2027, todas as companhias aéreas do país deverão diminuir suas emissões em 1%, aumentando para 10% até 2037.
Luiz de Mendonça, CEO da empresa, ressaltou que o Brasil pode liderar a transição energética, citando a importância do combustível sustentável desenvolvido pela Acelen: “O Brasil pode, e deve, assumir o protagonismo na transição energética”. A companhia estima que o uso desses biocombustíveis possa reduzir até 80% das emissões de CO₂ em relação aos combustíveis fósseis.
O projeto utiliza a macaúba, uma planta nativa do cerrado brasileiro, ao invés de culturas como soja ou palma. A macaúba, conhecida por crescer em áreas de pastagens degradadas, possui uma eficiência produtiva até dez vezes maior em comparação à soja. Além disso, todo o fruto é aproveitado, resultando em óleo, fibras, proteínas e resíduos agrícolas.
De acordo com estudos, a planta pode sequestrar até 60 milhões de toneladas de CO₂ durante a vida útil do projeto. A Acelen já completou a primeira extração de óleo da macaúba, um marco importante para a iniciativa.
O impacto econômico do projeto pode ser significativo, com uma contribuição estimada de R$ 40 bilhões para a economia brasileira e a geração de 85 mil empregos diretos e indiretos na próxima década. Além disso, o programa Acelen Valoriza busca oferecer assistência técnica e apoio à renda dos colaboradores, promovendo o desenvolvimento local.

