O número de tiroteios na Bahia apresentou uma redução significativa de 39% em outubro de 2023, de acordo com o novo relatório do Instituto Fogo Cruzado. Foram contabilizados 111 tiroteios no período, em comparação com 183 ocorrências no mesmo mês do ano anterior. Apesar dessa queda, a violência policial ainda persiste, com 47% dos tiroteios ocorrendo durante operações policiais.

Os dados revelam que 103 pessoas foram atingidas por balas, resultando em 81 mortes e 22 feridos, o que representa uma diminuição de 45% em relação ao ano passado. Entre as vítimas fatais, 78 eram homens e três eram mulheres. No grupo de feridos, haviam 16 homens, quatro mulheres e dois sem identificação. Além disso, cinco adolescentes foram baleados, dos quais quatro morreram, incluindo uma criança de 9 anos que foi atingida no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador, enquanto ia para a escola.

Entre os casos registrados, destaca-se o do professor de boxe Davi Santana, de 23 anos, morto no dia 10 de outubro no bairro de Castelo Branco. Outro caso foi o do adolescente Carlos Eduardo Nascimento Machado, de 17 anos, que também foi baleado e não sobreviveu.

“Os dados do mês evidenciam que os confrontos envolvendo forças de segurança continuam sendo um dos principais vetores da violência armada na região”, afirmou Tailane Muniz, porta-voz do Instituto Fogo Cruzado na Bahia.

Salvador se mantém como o principal centro de violência no estado, com 79 tiroteios, resultando em 49 mortes e 19 feridos. As cidades da Região Metropolitana também registraram números alarmantes, como Simões Filho, com sete tiroteios e sete mortos, e Camaçari, com cinco tiroteios e seis vítimas fatais. Bairros como Mata Escura, Castelo Branco, Lobato, Pirajá e Boa Vista de São Caetano foram os mais afetados, com destaque para Mata Escura, onde ocorreram cinco tiroteios, gerando duas mortes e um ferido.

Ainda que tenha havido uma redução no total de tiroteios, o cenário de insegurança persiste, reforçando a necessidade de mudanças nas abordagens de segurança pública.

Tiroteios na Bahia caem 39%, mas violência policial ainda representa 47%