Estudantes da Escola Politécnica da UFBA (Epufba) moveram ações junto ao Ministério Público Federal para impedir a utilização de R$ 35 milhões do Governo Federal destinados à conclusão de um novo prédio que está parado há nove anos. O impasse, conhecido como 'Projeto casca', surge de divergências entre alunos e professores sobre detalhes do projeto, que já foi aprovado pela congregação da Epufba, mas contestado pela Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai).

O diretório acadêmico dos cursos de engenharia de produção, controle e automação, elétrica e química argumenta que o impasse se origina de questões políticas e um suposto desvio de finalidade. O novo prédio, cuja construção foi contemplada pelo Novo PAC, atenderia a diversos cursos da área de engenharia, mas a possibilidade de desmembramento dos cursos gerou resistência entre alguns alunos e professores, conforme destaca o diretor da Epufba, Marcelo Embiruçu.

“O consenso é muito difícil e na democracia, quando há discenso, o que resolve é o voto”, disse Embiruçu.

Embiruçu alertou que o projeto deve ser discutido em fóruns adequados, como a congregação, onde a proposta foi amplamente debatida. Ele criticou a ideia de transformar o prédio em um pavilhão de aulas, o que, segundo ele, não atenderia adequadamente às necessidades da Politécnica e resultaria em um espaço sem funcionalidade definida.

O diretor descreveu a proposta da Sumai como uma “aberração técnica”, afirmando que um projeto elétrico deve considerar o uso real da edificação. Segundo ele, a implementação da proposta defenderia pela Sumai poderia levar à construção de um prédio oco, com desperdício de recursos públicos, além de exigir nova licitação para equipar as instalações.

Os alunos temem que a indefinição sobre o projeto leve à devolução dos recursos ao Governo Federal, como já ocorreu em 2018 e 2023. Em resposta ao impasse, a Reitoria da UFBA informou que o termo de referência para a construção só será homologado após análise do novo projeto, desconsiderando o que foi aprovado pela congregação.

Estudantes da UFBA barram uso de R$ 35 milhões para prédio parado há 9 anos