No último domingo (9), o Vitória e o Botafogo empataram em 0 a 0 na 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, mas o grande foco da partida foi a presença do zagueiro Lucas Halter na equipe baiana. Fábio Mota, presidente do Vitória, anunciou que Lucas Halter é jogador do clube e justificou a escalação, reafirmando que existe uma cláusula no contrato que obriga o Vitória a adquirir o atleta caso ele jogue mais de 70% das partidas da temporada.
Em entrevista ao BNews, Mota esclareceu que o Vitória fará o pagamento da primeira parcela da compra em abril do próximo ano. “Não fizemos nada de errado, foi tudo planejado”, apontou o dirigente ao responder a declarações do CEO do Botafogo, Thairo Arruda, que alegara a ausência de um acordo entre os clubes.
Fábio Mota criticou a postura do Botafogo, relembrando uma dívida que o clube carioca mantém com o Vitória há 15 anos. “Time que é caloteiro, que deve ao Vitória há 15 anos, não tem moral pra cobrar nada. A dívida de Elkeson está na Justiça há muito tempo e até hoje não recebemos nenhum dinheiro — são mais de R$ 12 milhões”, disse. Mota também descreveu as tentativas do Vitória para negociar o pagamento da multa de Halter, que não foram bem-sucedidas.
O presidente do Vitória indicou que o departamento jurídico do clube analisará os próximos passos, destacando que o clube tem recursos para quitar a multa em até 72 horas. Contudo, ele ressaltou que essa decisão dependerá da avaliação legal, podendo incluir uma proposta para abater a dívida pendente do Botafogo com o Vitória.
O assunto ainda tende a gerar desdobramentos. Mota afirmou que os presidentes dos clubes da Série A se reunirão na sede da CBF nesta segunda-feira (10) para discutir questões sobre arbitragem e fair play financeiro, e não hesitou ao afirmar que não teme o encontro com a diretoria do Botafogo. “Será uma briga jurídica, e vida que segue. O importante é que ele [Halter] jogou — pra mim, foi o melhor em campo”, finalizou.

