O município de Santa Cruz Cabrália, na Bahia, fez história ao reconhecer e oficializar a Língua Patxôhã como língua cooficial, tornando-se o primeiro lugar a implementar essa medida no Brasil. A decisão, que inclui o ensino da língua nas escolas e a prática livre entre seus habitantes, foi sancionada pelo prefeito Girley Lage (PV) após aprovação unânime pela Câmara Municipal, no dia 12 de outubro.
A proposta, de autoria do vereador Ernande Pataxó (PT), reconhece não apenas a Língua Patxôhã, mas também a Língua Indígena Pataxó de Sinais. A superintendente de Políticas para os Povos Indígenas da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Patrícia Pataxó Hã Hã Hãe, participou da sessão solene e destacou a relevância simbólica e histórica do ato.
“A sanção dessa lei é algo inédito e extremamente importante para o povo Pataxó. A Língua Patxôhã representa a preservação da cultura e o reconhecimento da diversidade. Esse é um sonho concretizado”, afirmou.
Patrícia ressaltou que a educação indígena já está integrando o ensino da Língua Patxôhã nas escolas, com a presença de cerca de 35 professores dedicados a essa função. A Bahia se destaca como pioneira na criação da carreira de professor indígena, promovendo a valorização da identidade cultural e linguística da população Pataxó.
Outro ponto importante abordado pela superintendente foi a cooficialização da Língua Indígena Pataxó de Sinais, destinada à inclusão de pessoas surdas e com deficiência. “Esse gesto do município reafirma o compromisso com a valorização do nosso povo e serve de exemplo para o Brasil afora”, completou.
O governador Jerônimo Rodrigues também celebrou a iniciativa, destacando que essa ação reafirma o compromisso com a diversidade cultural e a preservação das identidades linguísticas em toda a Bahia. A criação de um ambiente que inspira a inclusão e o reconhecimento das raízes indígenas é um passo significativo para todas as comunidades do estado.