O presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como “Bap”, está no centro de uma polêmica. Nesta sexta-feira, dia 26, ele foi denunciado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ataques com teor machista à jornalista Renata Mendonça.
As falas aconteceram durante um evento do Flamengo na última terça-feira, dia 23, e rapidamente ganharam repercussão, gerando críticas e a posterior denúncia. Na ocasião, Bap não poupou a jornalista, direcionando a ela comentários que misturaram críticas à sua aparência física e à sua postura sobre o futebol feminino.
Entenda a Polêmica
Durante o evento, o presidente do Flamengo fez comentários diretos à jornalista, chamando-a de “nariguda da Globo” e questionando suas críticas ao investimento no futebol feminino. Ele sugeriu que Renata convencesse sua própria empresa a destinar grandes quantias para transmissões, usando a frase de duplo sentido: “Pau que dá em João tem de bater em Maria também”.
“Tem lá a ‘nariguda da Globo’ que fica falando mal da gente e tudo mais, do futebol, que não estimula… dá vontade de falar: ‘Filha, convence a sua empresa a colocar R$ 10 milhões, R$ 20 milhões por ano em direito de transmissão que a coisa fica melhor. Pau que dá em João tem de bater em Maria também’”, disse Luiz Eduardo Baptista, o Bap.
A crítica de Bap veio depois que Renata Mendonça expôs publicamente a disparidade entre as condições da equipe feminina do Flamengo, que treina com estrutura básica e baixo investimento, e o time masculino, que ostenta salários milionários e infraestrutura de ponta. Essa situação ganhou ainda mais destaque no mesmo período em que o Flamengo anunciou ter alcançado a marca de mais de R$ 2 bilhões em receitas no ano.
A Denúncia e as Implicações Legais
A denúncia contra Bap foi protocolada pela União Brasileira de Mulheres (UBM), com o apoio dos advogados Carlos Nicodemos e Maria Fernanda Fernandes Cunha. A base legal para a ação é o artigo 43-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Este artigo condena explicitamente qualquer ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante no esporte, abrangendo preconceitos relacionados a origem étnica, raça, cor, idade, deficiência e, claro, sexo.
A atitude do presidente do Flamengo gerou forte reação, e agora o STJD será responsável por julgar o caso, que levanta discussões importantes sobre respeito e igualdade no cenário esportivo brasileiro.