O pintor Fernando Silva Santos, de 49 anos, foi preso por engano em Feira de Santana, na Bahia, após ser confundido com outro homem que utilizou sua identidade em um crime em 2015, em Salvador. Fernando passou 18 dias detido até que a verdadeira autoria do crime fosse esclarecida por uma perícia.
A prisão ocorreu em outubro deste ano, quando Fernando, que trabalhava em um hotel na Avenida Maria Quitéria, foi surpreendido por policiais que o reconheceram como foragido. Um mandado de prisão foi emitido em seu nome há quatro anos, embora devesse ter sido expedido em nome de Raimundo Barros dos Santos, o verdadeiro autor do crime.
Conforme relatou o advogado de Fernando, Eleonardo Alves, Raimundo se apresentou como Fernando durante sua detenção por furto qualificado e, alegando ser analfabeto e sem documentos, assinou os papéis de forma precária, o que resultou em uma confusão no sistema judicial que perdurou por anos.
Após a detenção de Raimundo, que acabou recebendo liberdade provisória, o processo continuou tramitando com o nome de Fernando, levando à emissão de um mandado de prisão preventiva em 2019 e à sua prisão em 2025. Fernando relatou à TV Subaé que, ao ser abordado, não teve a chance de se explicar e foi tratado como criminoso, apesar de sua inocência e de ser um trabalhador honesto.
O caso ganhou novos ares após análise do laudo pericial do Instituto de Identificação Pedro Mello, que confirmou que o homem detido em 2015 não era Fernando, mas sim Raimundo Barros. Reconhecendo o erro, a Justiça da 15ª Vara Criminal de Salvador decidiu pela soltura de Fernando, que ocorreu no dia 3 de novembro, encerrando um capítulo amargo de injustiça.