No Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é oportuno refletir sobre a luta da população negra no Brasil e no mundo. Enquanto manifestações pela igualdade ganham força, o debate sobre o racismo também chega ao cinema, um meio que frequentemente perpetuou estereótipos. Neste contexto, Hollywood errou feio ao produzir filmes que, embora tenham sido marcantes, expressam visões distorcidas sobre a cultura negra.
Um dos principais exemplos é O Brinquedo (1982), onde Richard Pryor interpreta um jornalista negro que se torna um "brinquedo humano" para um garoto branco rico. Apesar de sua intenção cômica, o filme evidencia as relações de servidão e humilhação racial na sociedade contemporânea.
Outro filme controverso é Cão Branco (1982), que retrata um pastor-alemão ensinado a atacar pessoas negras. Embora busque apresentar uma crítica, a narrativa confunde-se em estereótipos ao não abordar a complexidade do racismo estrutural.
No clássico da Disney, Dumbo (1941), os corvos caricatos, incluindo um chamado Jim Crow, ilustram como os grandes estúdios normalizaram estereótipos por décadas. Essa representação foi tão criticada que levou à remoção de algumas cenas do Disney+.
Por sua vez, E o Vento Levou (1939) é considerado um marco do cinema, mas romantiza a escravidão e retrata personagens negros de maneira subordinada, idealizando o lifestyle confederado.
A Disney também foi alvo de críticas com A Canção do Sul (1946), que buscou transmitir uma mensagem de harmonia racial, mas acabou reforçando estereótipos de alegria servil entre a população negra. O filme se encontra arquivado pela empresa há anos devido às suas representações problemáticas.
Por fim, O Nascimento de uma Nação (1915) perpetua racismo ao glorificar a Ku Klux Klan e retratar personagens negros de forma caricatural, gerando protestos desde seu lançamento e exemplificando o uso do cinema para legitimizar ideologias racistas.

