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Brasil sonha com o hexa, mas pesquisa revela otimismo contido

Uma pesquisa recente da Febraban revela que, apesar do desejo do hexa, os brasileiros estão cautelosos com as chances da Seleção na Copa, influenciados por eliminações recentes.
Por Redação
Brasil sonha com o hexa, mas pesquisa revela otimismo contido

Brasil campeão do mundo em 2002 -

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O sonho de ver a Seleção Brasileira levantar a taça da Copa do Mundo pela sexta vez, um título que não vem desde 2002, ainda mora no coração dos torcedores. Mas, parece que a paixão dos brasileiros agora vem acompanhada de uma boa dose de cautela. Uma pesquisa recente mostra que, apesar da torcida, a confiança no potencial do time para realmente trazer o hexa para casa está longe de ser um consenso.

Brasileiros querem o hexa, mas com os pés no chão

De acordo com o Observatório Febraban, que ouviu 3 mil pessoas em todas as regiões do Brasil entre os dias 15 de novembro e 2 de dezembro, o sentimento predominante é de um otimismo moderado. Os números mostram que 43% dos brasileiros acreditam que a Seleção tem "alguma chance" de ser campeã. Por outro lado, 21% se mostram mais confiantes, vendo o Brasil como um "forte candidato", puxados pela história vitoriosa do país no futebol mundial.

No entanto, a parcela dos pessimistas não é pequena: 31% dos entrevistados afirmam que o Brasil "não tem chance" de conquistar o título. Esses dados deixam claro que, embora o futebol continue a ser uma paixão nacional inquestionável, a fé cega no hexacampeonato já não é universal entre os torcedores, e essa percepção muda bastante dependendo de onde você mora.

Por que tanta cautela?

Essa avaliação mais reservada da população reflete bastante o que a Seleção Brasileira tem vivido nos últimos Mundiais. Mesmo com toda a tradição e o talento individual dos nossos jogadores, o Brasil vem de eliminações dolorosas, que deixaram marcas. Quem não se lembra da queda nos pênaltis para a Croácia na Copa de 2022, da derrota para a Bélgica em 2018, ou, ainda mais marcante, o humilhante 7 a 1 para a Alemanha em casa, na Copa de 2014?

Essas lembranças recentes, combinadas com o maior jejum de títulos de Copa do Mundo da nossa história, acabaram desgastando um pouco a "credibilidade" da Seleção com seu próprio povo. Mesmo com a conquista de uma medalha de ouro olímpica e uma Copa América, a expectativa para o Mundial parece ser outra. A chegada do técnico italiano Carlo Ancelotti trouxe um sopro de esperança, mas os desafios e a forte concorrência internacional mantêm os torcedores com os pés no chão.

Onde o otimismo ainda vive

A pesquisa também mostra que o Brasil é um país de muitas opiniões, e a visão sobre a Seleção não é diferente entre as regiões. As regiões Norte e Nordeste, por exemplo, se destacam como as mais otimistas. No Norte, 30% dos brasileiros acreditam que o país tem "muita chance" de título, e no Nordeste, 26% compartilham dessa visão mais esperançosa.

Já nas regiões do Centro-Sul, o entusiasmo é bem menor. No Sudeste, apenas 19% dos entrevistados demonstram muito otimismo, enquanto no Centro-Oeste são 17% e no Sul, a menor porcentagem, com apenas 16% apostando alto nas chances brasileiras. Essas diferenças regionais mostram como a relação com a Seleção pode ser moldada por diversos fatores.

Futebol: a cara do Brasil lá fora

Mesmo com esse otimismo comedido, uma coisa é certa: o futebol continua sendo fundamental para a imagem do Brasil no mundo. A pesquisa revela que 26% dos entrevistados apontam o futebol como o principal símbolo do nosso país no exterior, superando até mesmo o Carnaval (17%) e as belezas naturais (17%).

"A ligação histórica entre a Seleção Brasileira e a identidade nacional segue mais que firme, ainda que os resultados recentes não correspondam às expectativas criadas pelo passado vencedor", destaca o estudo.

Com a próxima Copa se aproximando, a pergunta que fica é: a história e a realidade vão se alinhar para um novo hexacampeonato que reacenda a paixão nacional, ou as incertezas farão os brasileiros esperarem por mais quatro anos?