A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã deste sábado, 22, foi amplamente destacada pela imprensa internacional e gerou repercussão em diversos veículos ao redor do mundo. Esta medida não está diretamente vinculada à condenação de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, imposta pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ordem de prisão, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi considerada atípica por veículos estrangeiros, em virtude de ter sido realizada em um sábado. No entanto, Moraes justificou a ação como uma medida preventiva, citando riscos à segurança e possíveis fugas.
Repercussões internacionais
A agência norte-americana Associated Press classificou a decisão como “incomum” devido ao dia da prisão, mas destacou os riscos concretos indicados pelo magistrado, que fundamentaram a medida excepcional.
O jornal britânico The Guardian relatou um aumento na tensão entre os apoiadores de Bolsonaro, especialmente com a possibilidade de que o ex-presidente fosse transferido para o Complexo da Papuda, em Brasília. A publicação alertou para um clima de instabilidade política que se agravou com a detenção.
Na Argentina, o Clarín evidenciou que, no dia anterior à prisão, a defesa de Bolsonaro havia solicitado ao STF a concessão de prisão domiciliar, alegando questões de saúde como justificativa.
A emissora Al Jazeera, do Catar, mencionou a prisão ocorrendo “dias antes do início do cumprimento da pena”, salientando que Bolsonaro já estava em prisão domiciliar desde agosto deste ano, o que reforçou a natureza preventiva do novo procedimento judicial.
O jornal Le Monde, da França, publicou que a detenção foi uma medida cautelar, sem a intenção de iniciar imediatamente o cumprimento da pena, e incluiu a declaração de um advogado do ex-presidente, que afirmou não ter recebido informações claras sobre os motivos da ordem.
Por fim, o espanhol El País recordou que Bolsonaro já se encontrava em prisão domiciliar antes da condenação definitiva, revisitando sua trajetória política que inclui a derrota nas eleições presidenciais de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

