O ano de 2025 será lembrado pelo torcedor do Bahia como uma montanha-russa de emoções. Foi uma temporada que guardou, ao mesmo tempo, a euforia das conquistas e a amargura de oportunidades que escaparam por entre os dedos. O Esporte Clube Bahia avançou, cresceu e mostrou um poderio que não se via há tempos, mas deixou a sensação de que o salto maior ainda não aconteceu.
No primeiro semestre, a festa foi garantida. O tricolor de aço dominou o cenário regional com uma autoridade impressionante. O Campeonato Baiano veio com um sabor especial, com o título conquistado na casa do seu maior rival, lavando a alma e devolvendo uma dor antiga ao adversário. Em seguida, no Campeonato do Nordeste, o Bahia foi ainda mais longe. Depois de deixar para trás times fortes como Fortaleza e Ceará, o clube carimbou sua segunda taça da temporada com goleadas históricas sobre o Confiança nas finais. Duas conquistas regionais em menos de seis meses – algo que o Bahia não vivia desde 2001. Era a hegemonia nordestina de volta à capital baiana.
A volta à Libertadores e a força na Fonte Nova
E 2025 também marcou a realização de um sonho antigo: a volta à Copa Libertadores da América. Depois de 36 anos, o Bahia pisava novamente nos gramados do continente. Enfrentar a altitude boliviana contra o The Strongest ou a dureza do campo pesado e 'catimbeiro' do Boston River foi um desafio e tanto. Não foi um caminho fácil nem bonito, mas foi, sem dúvida, um momento simbólico que recolocou o Bahia no palco sul-americano.
Dentro de casa, a Arena Fonte Nova virou um verdadeiro caldeirão. Empurrado por uma torcida que é protagonista em qualquer situação, o Bahia se tornou um dos mandantes mais fortes do país. Essa força se refletiu em boas atuações na fase de grupos da Libertadores e em uma campanha sólida no Campeonato Brasileiro, onde o time sempre figurou na parte de cima da tabela. Além disso, o clube chegou novamente às quartas de final da Copa do Brasil, indicando que o projeto seguia em uma rota segura e promissora.
O gosto amargo das eliminações
Contudo, como no futebol e na vida, os momentos decisivos cobram seu preço. Justamente quando era preciso dar o próximo passo e se afirmar de vez no cenário nacional e continental, o Bahia não conseguiu. A eliminação ainda na fase de grupos da Libertadores e a queda nas quartas da Copa do Brasil deixaram um gosto amargo. Não foi só a derrota, mas a incômoda sensação de que havia potencial para ir muito além. Era uma chance perdida, uma oportunidade de ouro que escapou.
Mesmo com a frustração nos mata-matas, o ano de 2025 fechou com um saldo positivo em termos de evolução. Houve respeito ao projeto, crescimento visível, recordes quebrados e tabus superados. O torcedor do Bahia, sempre fiel, olha para frente com esperança, mas também com a ansiedade de quem espera, há muito tempo, o grande salto. O clube amadureceu e mostrou sua força. Agora, o desafio é transformar essa dualidade de conquistas e frustrações em uma afirmação definitiva, para que o sonho, que em 2025 se mostrou tão vivo, deixe de ser promessa e se torne uma realidade palpável.